Festival Azure, evento que se realizava na Zona de Lazer de Sta Bárbara, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, em meados de julho, vai hibernar por tempo indeterminado e não se realiza em 2019.
A organização do festivak açoriano, que em 2018 apresentou Kappa Jotta, DJ Oder, Estraca e DJ Juggler como destaques, explicou os motivos em comunicado no Facebook:
Amigos, iniciámos em 2003 a conceção de um projeto para um festival de música que fugisse ao conceito de festa concelhia que na altura se fazia nos Açores, que colmatasse a falta de festivais de verão, que eram escassos, e que desse um palco com condições para a promoção do talento regional, problema crónico na região.
Encontrámos variados obstáculos pelo caminho que nos foram adiando o sonho, em 2006 ajudámos a concretizar o FESTIVAL ABISMO nos Biscoitos – em parceria com a JIGGY – e só em 2007 iniciámos o FESTIVAL AZURE na Zona de Lazer de São Brás, local mítico que ainda hoje deixa muitas saudades aos Azurianos, mas que logisticamente era uma grande dor de cabeça… por lá estivemos 5 anos e em 2013 tentámos a mudança para um recinto que facilitasse esse processo e reduzisse custos: Negrito em Angra do Heroísmo. Cumpriu-se esse objetivo, mas por ser uma zona muito habitada surgiram novos problemas e entraves.
Em 2014 o festival não acontece por ter verbas insuficientes e em 2015 iniciámos uma nova etapa na Zona de Lazer de Stª Bárbara, um recinto que trouxe de volta um pouco da mística de São Brás e que logisticamente mantinha o evento em níveis comportáveis para uma organização que passou a trabalhar com valores bem mais modestos …
Lá fizemos 4 edições até ao ano passado, 2018, mas em boa verdade – e mesmo tendo sempre o apoio incondicional da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo – e da Praia da Vitória nos primeiros cinco anos – das respetivas Juntas de Freguesia, de alguns organismos governamentais e de muitos privados – andávamos nos últimos anos a navegar com orçamentos irreais para um evento desta natureza. E sem ovos não há omeletes…
Também devemos assumir que o conceito do evento perdeu muita da força que o originou e o tornou em vários aspetos pioneiro nos Açores. Além disso, em 12 anos muita coisa mudou: os públicos, os gostos musicais, o modo como se vive a noite, os festivais… e achamos que este é o momento para parar, descansar e refletir.
Não é um adeus, talvez voltemos daqui a uns anos, com outras ideias e outros conceitos… ou talvez não. Não sabemos, neste momento fazemos esta pausa e logo vemos o que reserva o futuro. Aos milhares de espectadores destas 11 edições e às centenas de artistas que aqui atuaram, o nosso obrigado! Vocês foram o Azure, dia e noite, muitas vezes começando de dia e acabando… de dia! Foram muitos os bons momentos que claramente suplantam os maus momentos (e as intempéries, que foram tantas!) ?
Finalmente, seria impossível nomear todas as pessoas que de corpo e alma ajudaram o FESTIVAL AZURE desde a sua criação. Foram centenas de voluntários (provavelmente mais de um milhar) e amigos que deram o que tinham – e muitos o que não tinham – para que ao dia e à hora certa as portas abrissem com tudo no lugar. A todos eles, que sabem quem são, o nosso profundo obrigado! Isto foi possível porque todos vocês não nos abandonaram e isso será eternamente lembrado.
A título de curiosidade: o primeiro artista que atuou no Azure, a 17 de Agosto de 2007, era terceirense, VELVET STONE. O último artista que atuou no Azure, a 14 de Julho de 2018, era terceirense, PSYTOON.
Até já Azurianos!
– Cartaz em 2018: Kappa Jotta, DJ Oder, Macow & Gonga, Luís Bravo, Lino, João Luís, Hugo 3M, Estraca, DJ Juggler, Psytoon, Festa dos Trintões, R.A.M. Rock After Midnight e Goldshake & BeKawak.
Em 2018 os Passes à porta custaram 15 euros.
Campismo foi gratuito.
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